Débora da Silva trabalha na empresa P&P Móveis e Confecções, em Lages, na Serra Catarinense, e até um mês atrás não sabia da importância do seu papel dentro do ambiente de trabalho. Foi depois da primeira edição da Formação de Facilitadores em Cultura de Segurança, promovido pelo Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias e Tanoarias de Lages (Sindimadeira) e o Serviço Social da Indústria (Sesi), que Débora percebeu que poderia fazer a diferença no quesito segurança e para isso, ela, operadora de máquinas e mais quatro colegas que receberam a certificação estão com o compromisso de implementar a cultura de segurança no trabalho na P&P. A nova facilitadora comenta, entusiasmada, que o curso proporcionou momentos de aprendizados, para que ela refletisse algo que talvez nunca tivesse pensado. “Vamos fazer reuniões, conversar com os colegas e destacar a importância do uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI)”.
No Brasil, a cada três horas e 40 minutos, uma pessoa morre vítima de acidente de trabalho. Para evitar tragédias assim, as empresas investem constantemente em capacitação e segurança. Na última terça-feira (08) colaboradores das empresas P&P, Boa Esperança, Madepar e Pinheirinho de Campo Belo do Sul saíram do Sesi com o certificado em mãos e o propósito de disseminar o conhecimento e até mesmo preservar vidas e famílias.
Para Delma Trindade, técnica em Segurança do Trabalho da empresa Boa Esperança, a informação não é novidade, mas não é por isso que ela deixa de se aperfeiçoar para levar conhecimento aos demais funcionários. “Não adianta eu saber, se as outras pessoas não sabem. Por isso, vamos implementar dentro da empresa mais cursos de formação de facilitadores, para que o uso do EPI e as medidas de segurança tornem-se hábito no cotidiano de cada um”.
O presidente do Sindimadeira, Paulo César da Costa, destaca que o curso busca multiplicar a segurança nas empresas por meio dos facilitadores. “Assim, os agentes e representantes que cada empresa tem na área de segurança e saúde do trabalho eles possam ter a colaboração dos facilitadores, fazer com que mais gente se envolva com esse importante tema dentro das nossas empresas. Com a formação, o Sindimadeira vem corresponder um anseio das empresas que pediam esse apoio, para que pudéssemos patrocinar um curso com esse conteúdo”, explica o presidente.
Depois de quatro encontros, onde debateram, levantaram ideias, aprenderam novas técnicas, descobriram como a comunicação assertiva pode ser ferramenta de incentivo, os facilitadores agora devem implementar os planos de ação.
Na empresa Pinheirinho, o gerente de produção apresenta a ideia de um gradeamento para as madeiras, assim, o processo se tornará mais ágil e eficaz, gerando resultados positivos à empresa.
Investir na capacitação de pessoas e multiplicar o número de facilitadores será o foco de Clóvis Pagliosa, encarregado de produção na madeireira JJ Thomazi. Segundo ele, é necessário envolver todas as pessoas, especialmente o chão de fábrica, no assunto da segurança do trabalho.
Denise Thomazi integra o núcleo de Grupo de Estudos e Trabalhos (GET) do Sindimadeira e para ela, os facilitadores dentro das empresas faz com que se estreite os laços e aproxime liderança e chão de fábrica. “Esses facilitadores são imprescindíveis para essa comunicação. Como empresária é muito bom ver meu colaborador, feliz e engajado por participar do processo”, ressalta.
Com um trânsito intenso de empilhadeiras e pedestres, o grupo do facilitador Marcelo Alves, que é controlador de produção na Madepar, irá apresentar um plano de sinalização de trânsito, para garantir a segurança de quem caminha pelo pátio e o trajeto a ser seguido pelas empilhadeiras.
A gerente executiva regional da Serra Catarinense Sesi/Senai, Silvia De Pieri Oliveira, enfatiza que a importância do desenvolvimento e da formação desses facilitadores é no sentido de disseminar a cultura da segurança. “Que tenhamos mais pessoas que falem sobre segurança para os seus colegas de trabalho. Entender que a importância da integridade física, a produtividade desse trabalhador, passa pela condição da segurança, então, contar com mais pessoas olhando os riscos de acidente no ambiente de trabalho, olhando as possibilidades de melhoria, onde a empresa pode investir, serão mais pessoas pensando em soluções junto com as suas empresas. A cultura tem a ver com o modo de que a gente faz e vive, como está a cultura da nossa segurança dentro das nossas empresas? Então é algo que precisamos disseminar constantemente. Mas que esses facilitadores usem uma linguagem acessível, proximidade com os colegas de trabalho para poder falar e vivenciar a segurança dentro das suas empresas”, finaliza Silvia.